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Críticas

Jeff Rosenstock

: "POST-"

Ano: 2018

Selo: Quote Unquote / Polyvinyl

Gênero: Indie Rock, Rock Alternativo

Para quem gosta de: Car Seat Headrest e Japandroids

Ouça: USA e All This Useless Energy

8.0
8.0

Resenha: “POST-“, Jeff Rosenstock

Ano: 2018

Selo: Quote Unquote / Polyvinyl

Gênero: Indie Rock, Rock Alternativo

Para quem gosta de: Car Seat Headrest e Japandroids

Ouça: USA e All This Useless Energy

/ Por: Cleber Facchi 09/01/2018

Com o lançamento de WORRY., em meados de 2016, Jeff Rosenstock conseguiu refinar, ainda que de forma anárquica, toda a crueza dos arranjos, guitarras e versos que vinha explorando desde a estreia com o caseiro I Look Like Shit (2012). Composições ancoradas em diferentes fases do rock norte-americano, como se passado e presente se encontrassem em um território de pequenas incertezas, estrutura que volta a se repetir em cada uma das dez faixas que abastecem o maduro POST- (2018, Quote Unquote / Polyvinyl).

Quarto e mais recente álbum do guitarrista norte-americano em carreira solo, o trabalho inaugurado pela crescente USA resume na força da extensa composição a base para todo o restante da obra. São pouco mais de sete minutos em que Rosenstock muda de direção a todo momento, colidindo décadas de referências em uma arquitetura propositadamente instável. Instante em que o músico vai do punk nova-iorquino ao coro de vozes femininas, emulando um grupo de líderes de torcida frenéticas.

Da mesma forma que em WORRY., Rosenstock parece jogar com um conjunto de regras próprias, fazendo de cada composição um objeto precioso dentro do disco. De um lado, faixas como a pulsante Yr Throat, uma seleção de guitarras e batidas rápidas, síntese do lado mais enérgico do disco. No outro oposto, composições como a melódica TV Stars, passagem para o lado mais sensível da obra, como um fino amadurecimento do som que vem sendo produzido pelo artista desde o primeiro álbum de inéditas da carreira.

Soma de tendências, POST- soa como um resumo criativo de diferentes obras. Uma colisão de ideias que passa pela curta discografia do Japandroids, prova das mesmas guitarras de grupos como Cymbals Eat Guitarrs e Car Seat Headrest, além de flertar com o trabalho de veteranos da cena alternativa, caso de Built To Spill, Modest Mouse e Ted Leo and the Pharmacists. Surgem ainda passagens breves pela produção de artistas como The Replacements, Billy Joel e outros gigantes que surgiram há três ou mais décadas.

Exemplo disso está na derradeira Let Them Win. Em um intervalo de quase 12 minutos, tempo de duração da faixa, Rosenstock passeia por diferentes variações instrumentais de forma sempre inusitada, fazendo da canção a passagem para um material tão grandioso e épico, vide os instantes iniciais da canção, como de profunda serenidade, transformação evidente nos últimos minutos da música. Uma fuga do óbvio que serve de estímulo para o contínuo fortalecimento do registro.

Trabalho mais completo de toda a discografia do ex-integrante de grupos como Bomb the Music Industry! e Kudrow, POST- chega até o público como uma obra madura e jovial na mesma proporção. Basta uma rápida audição para que músicas como USA, Let Them Win e All This Useless Energy grudem na cabeça do ouvinte. Uma estrutura ascendente, fazendo de cada composição a base para a faixa seguinte do disco, como se o guitarrista norte-americano fizesse do álbum uma clara evolução quando próximo das canções e temas musicalmente explorados no registro que o antecede.

 

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.