De todos os trabalhos lançados no último ano, o experimental Falha Comum (2019), estreia do Rakta, segue como um dos mais interessantes. Com produção de Carla Boregas (baixo), Paula Rebellato (sintetizadores e voz) e Maurício Takara (bateria e percussão), o registro marcado pelo uso de ambientações eletrônicas, ruídos e captações delirantes ganha forma a partir da criativa colagem de ideias de cada integrante. Um som pós-apocalíptico, torto, conceito explorado em algumas das principais músicas do disco, caso de Fim do Mundo, Estrela da Manhã e a própria faixa-título.

Poucos meses após o lançamento do trabalho, a dupla paulistana está de volta com um novo registro autoral. Em Meia Luz e Meio Eu, sintetizadores atmosféricos e vozes fantasmagóricas se revelam ao público em uma medida própria de tempo. São incontáveis camadas instrumentais, batidas e ruídos eletrônicos que correm ao fundo da canção, arrastando o ouvinte para dentro desse território marcado pela incerteza das ideias. Produzida e gravada à distancia, durante o período de isolamento social, a canção ainda chega acompanhada de um remix assinado pela produtora Malka.

Rakta – Meia Luz e Meio Eu