Image
Críticas

Kamaiyah

: "A Good Night In The Ghetto"

Ano: 2016

Selo: Independente

Gênero: Hip-Hop, Rap

Para quem gosta de: Chance The Rapper, YG e KING

Ouça: How Does It Feel, Swing My Way e I’m On

8.0
8.0

Resenha: “A Good Night In The Ghetto”, Kamaiyah

Ano: 2016

Selo: Independente

Gênero: Hip-Hop, Rap

Para quem gosta de: Chance The Rapper, YG e KING

Ouça: How Does It Feel, Swing My Way e I’m On

/ Por: Cleber Facchi 26/04/2016

Original da cidade de Oakland, Califórnia, Kamaiyah havia acabado de nascer quando o Hip-Hop/R&B tomou conta das principais paradas de sucesso em meados da década de 1990. Todavia, curioso perceber em cada uma das canções que marcam a mixtape A Good Night In The Ghetto (2016, Independente), primeiro registro de inéditas da jovem estadunidense, a base para um trabalhos que melhor reflete conceitos, batidas e arranjos exploradas há duas décadas

Em uma linguagem atual, capaz de dialogar com o presente cenário, Kamaiyah e um time imenso de colaboradores visita de forma criativa diferentes aspectos da poesia e sonoridade que marca o rap norte-americano. Rimas e bases que mergulham na obra veteranos como o conterrâneo Too $hort, incorporam as vozes de personagens icônicos como Aaliyah e TLC, além de todo um vasto universo de referências por vezes nostálgicas.

Ao lado de Kamaiyah, um assertivo time de produtores formado por novatos e nomes pouco conhecidos da cena californiana. Artistas como CT Beats, Trackademicks, DJ Official, 1-O.A.K, WTF NonStop, Link Up, Drew Banga e P-Lo. Em parceria com a rapper, assumindo parte das rimas, nomes como Big Money Gang, a cantora local Netta Brielle e o rapper YG – possivelmente o artista “mais conhecido” de todo o trabalho.

Como o próprio título da obra indica – “uma boa noite no gueto”, em português –, grande parte das canções apresentadas no trabalho refletem aspectos típicos do cotidiano de Oakland. Nas rimas de How Does It Feel, por exemplo, diferentes personagens, cenários, drogas, encontros e desencontros que movimentam a vida da rapper. Em outras como I’m On, o mesmo conceito, porém, ancorado em referências pessoais e versos que focam na ascensão do eu lírico.

Faixa de encerramento do trabalho, For My Dawg talvez seja a composição que melhor explora esse universo, porém, ressaltando a rima melancólica de Kamaiyah. Trata-se de uma homenagem da rapper a um amigo que faleceu recentemente em decorrência de um câncer. Uma delicada alteração na estrutura festiva e propositadamente jovial que inicialmente abastece álbum, mas que acaba refletindo a plena maturidade da artista.

Lançado de forma independente, A Good Night In The Ghetto se projeta como uma obra segura, adulta, capaz de convencer o ouvinte logo na primeira audição. De faixas acessíveis como Swing My Way, How Does It Feel e Niggas, passando pela sequência de interlúdios marcados pelo texto cômico, sintetizadores e batidas secas que replicam conceitos lançados há duas décadas, Kamaiyah faz do presente trabalho um eficiente exercício de apresentação.

 

 

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.