Image
Críticas

Toro Y Moi

: "Boo Boo"

Ano: 2017

Selo: Carpark Records

Gênero: Eletrônica, R&B, Synthpop

Para quem gosta de: Neon Indian e Washed Out

Ouça: Girl Like You e Mona Lisa

7.3
7.3

Resenha: “Boo Boo”, Toro Y Moi

Ano: 2017

Selo: Carpark Records

Gênero: Eletrônica, R&B, Synthpop

Para quem gosta de: Neon Indian e Washed Out

Ouça: Girl Like You e Mona Lisa

/ Por: Cleber Facchi 12/07/2017

Das ambientações eletrônicas e captações caseiras deCausers of This (2010), ao diálogo com o soul/funk no maduroUnderneath the Pine (2011). Nas canções deAnything in Return (2013), uma clara tentativa de emular o Hip-Hop/R&B dos anos 1990, conceito parcialmente rompido no pop psicodélico deWhat For? (2015), trabalho completo pela minuciosa execução de Live From Trona (2016), registro ao vivo gravado no meio do deserto californiano.

Perto de completar uma década de carreira, Chaz Bundick, ou Chaz Bear como vem se apresentando nos últimos meses, parece longe de buscar conforto em um gênero ou tema específico. Um cuidado que faz da curta discografia do Toro Y Moi um dos projetos mais interessantes da recente safra da música norte-americana. Passado e presente costurados dentro de um universo instrumental, reflexo da rica educação musical e experiência acumulada pelo produtor

Quinto registro de inéditas do artista norte-americano, Boo Boo (2017, Carpark Records) é para onde todo esse material acumulado nos últimos anos converge. Sem necessariamente parece preso a um gênero específico, Bundick passeia por entre décadas, indo da explosão da música negra no começo dos anos 1970, caso da inaugural Mirage, ao uso de experimentações eletrônicas sempre curiosas, marca da derradeira W.I.W.W.T.W., parceria com a cantoraMadeline Kenney.

Influenciado de maneira confessa pelo trabalho de Travis Scott, Daft Punk, Frank Ocean e, principalmente, Oneohtrix Point Never, Bundick encontra no uso de pequenos apontamentos criativos um estímulo necessário para o fortalecimento da própria obra. Instantes em que o produtor bebe do trabalho de outros artistas, vide a similaridade de Windows com o trabalho de Ocean e Scott, porém, preservando as mesmas melodias etéreas testadas desde o começo da carreira.

Um bom exemplo disso está na dobradinha composta por Girl Like You e You and I. Ao mesmo tempo em que esbarra na atmosfera eletrônica de Daniel Lopatin, vide a predominância dos sintetizadores no interior de ambas as faixas, difícil encarar as canções de versos marcados pelo romantismo como uma fuga do universo autoral de Bundick. Um cuidado que se reflete ainda em músicas como a provocante Embarcaderoou mesmo no pop deMona Lisa, claramente a faixa mais acessível do disco.

Trabalho mais complexo de Toro Y Moi desde o ótimoAnything in Return, lançado há quatro anos, Boo Boo ainda chega acompanhado de um curta-metragem produzido pela Company Studio. Uma seleção de imagens quentes e bem-humoradas que passeiam pelos arredores da cidade de São Francisco, na Califórnia. Um claro esforço de Bundick em ampliar ainda mais o criativo domínio desbravado com leveza nas canções e melodias refinadas do presente álbum.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.