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Críticas

Tame Impala

: "Currents B-Sides & Remixes"

Ano: 2017

Selo: Modular / Universal / Fiction / Interscope

Gênero: Rock Psicodélico, Synthpop, R&B

Para quem gosta de: Melody's Echo Chamber e Pond

Ouça: List Of People (To Try and Forget About)

7.0
7.0

Resenha: “Currents B-Sides & Remixes”, Tame Impala

Ano: 2017

Selo: Modular / Universal / Fiction / Interscope

Gênero: Rock Psicodélico, Synthpop, R&B

Para quem gosta de: Melody's Echo Chamber e Pond

Ouça: List Of People (To Try and Forget About)

/ Por: Cleber Facchi 21/11/2017

Mesmo próximo de tudo aquilo que o Tame Impala vem produzindo desde o lançamento de Innerspeaker (2010), com a produção de Currents (2015), Kevin Parker deu início a uma nova fase na carreira da banda australiana. Da explosão de sintetizadores e melodias empoeiradas que invadem ‘Cause I’m A Man, ao flerte com o R&B em The MomentNew Person, Same Old Mistakes ao novo enquadramento do velho rock psicodélico, vide The Less I Know the Better, sobram instantes em que o ouvinte é transportado a um novo território criativo.

Dois anos após o lançamento do elogiado registro, a obra de Parker continua rendendo bons frutos. Prova disso está no curto repertório de Currents B-Sides & Remixes (2017, Modular / Universal / Fiction / Interscope). Trata-se de um complemento direto ao material produzido pela banda australiana no sucessor do hoje clássico Lonerism (2012). São três composições inéditas – List Of People (To Try and Forget About), Powerliness e Taxi’s Here –, e outros dois remixes que sutilmente ampliam os domínios da obra.

Escolhida para inaugurar o trabalho, List Of People (To Try and Forget About) nasce como uma canção intermediária entre o universo desbravado pela banda australiana em Lonerism e o som consolidado durante a produção de Currents. De um lado, a letra pessoal e, ao mesmo tempo, pegajosa de Parker, soando como uma possível continuação do material explorado na grudenta Why Won’t They Talk to Me?. Um pop-rock levemente ensolarado, dosando sempre entre as guitarras carregadas de efeitos e o uso de sintetizadores nostálgicos.

Em Powerliness, música escolhida por Parker para anunciar a reedição do trabalho há poucas semanas, uma típica canção do universo explorado pelo músico australiano em Currents. Mesmo ausente de voz, uma raridade dentro da discografia do Tame Impala, a faixa de quatro minutos cresce em meio a loops e construções psicodélicas que convidam o ouvinte a flutuar. Batidas, guitarras e doses consideráveis de efeitos que detalham um curioso pano de fundo instrumental para a delicada soma de sintetizadores que crescem no decorrer da composição.

A mesma atmosfera volta a se repetir em Taxi’s Here, canção que abraça o lado eletrônico da obra, flertando com o R&B e o uso de melodias sintéticas durante toda a execução. Um som deliciosamente letárgico, entregue ao público em pequenas doses, como uma canção pensada para o segundo bloco de Currents, efeito da forte similaridade com o material detalhado em faixas como Love/Paranoia e a já citada New Person, Same Old Mistakes, composição regravada por Rihanna no excelente ANTI (2016).

Para o encerramento do registro, Parker investe na construção de não apenas um, mais dois remixes de músicas produzidas para Currents. De um lado, a já conhecida versão da dupla belga Soulwax para Let It Happen, no outro, o esforço de Jay Watson, baterista do Tame Impala, em reinterpretar Reality in Motion sob o título de GUM. Composições que não prejudicam, mas acabam ocupando o espaço de outras canções inéditas que Parker (provavelmente) reserva para futuras reedições do trabalho.

 

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.