Ano: 2017
Selo: Rock Action / Temporary Residence Limited
Gênero: Pós-Rock, Rock Alternativo
Para quem gosta de: Explosions In The Sky e Mono
Ouça: Party in the Dark e Ak 47
Ano: 2017
Selo: Rock Action / Temporary Residence Limited
Gênero: Pós-Rock, Rock Alternativo
Para quem gosta de: Explosions In The Sky e Mono
Ouça: Party in the Dark e Ak 47
Mesmo com mais de duas décadas de carreira completas, os integrantes do Mogwai parecem longe de sufocar criativamente em uma possível zona de conforto. Prova disso está no recém-lançado Every Country’s Sun (2017, Rock Action / Temporary Residence Limited), nono álbum de estúdio do hoje quarteto escocês e a passagem direta para um novo capítulo dentro da discografia da banda, percepção reforçada logo na inaugural Coolverine.
São pouco mais de seis minutos de duração em que o quarteto formado por Stuart Braithwaite, Dominic Aitchison, Martin Bulloch e Barry Burns vai de encontro aos clássicos Mogwai Young Team (1997) e Rock Action (2001), porém, preservando os mesmos temas eletrônicos testados há três anos no referencial Rave Tapes (2014). Um som propositadamente mutável, vide a dobradinha formada logo em sequência pelo ritmo acelerado de Party In The Dark e pela ambientação suja da experimental Brain Sweet.
Em Crossing the Road Material, quarta e mais extensa faixa do disco, instantes de profunda leveza temperados por guitarras sujas, lembrando em alguns aspectos uma versão melódica do Sonic Youth. Nada que seja preservado na canção seguinte, a atmosférica Aka 47, composição que invade a mesma atmosfera matutina do Boards of Canada em Music Has the Right to Children (1998). Um som leve que antecede a grandiosidade escancarada na sexta faixa do disco, 20 Size.
De essência climática, doce, 1000 Foot Face nasce como uma passagem para o pós-rock produzido no início dos anos 2000. Vozes tratadas como instrumentos, como um complemento aos arranjos da canção. A mesma delicadeza acaba se refletindo na música seguinte do disco, Don’t Believe the Fife. Pouco mais de seis minutos que o quarteto flutua em meio a guitarras etéreas, lembrando os bons momentos da banda em The Hawk Is Howling (2008).
Com a chegada de Battered at a Scramble, nona faixa do disco, um regresso ao mesmo experimentalismo sujo que abre o disco. Guitarras carregadas de efeitos, lentamente ampliadas pela inserção de novos elementos, batidas e sobredoses de ruídos. Um aquecimento para a explosão instrumental que chega logo em sequência com a intensa Old Poisons, música que distancia o grupo escocês do próprio universo, tocando de leve o mesmo stoner rock de artistas como Queens Of The Stone Age.
Escolhida para o encerramento do disco, Every Country’s Sun não apenas garante título à obra, como sintetiza lírica e musicalmente parte expressiva do trabalho. Entre guitarras sujas, ambientações melódicas e versos tratados de forma instrumental, cada segundo dentro da canção funciona como um curioso resgate do material espalhado pelo restante do álbum, como um convite a revisitar grande parte da experiência iniciada em Coolverine.
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.