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Críticas

Mogwai

: "Every Country's Sun"

Ano: 2017

Selo: Rock Action / Temporary Residence Limited

Gênero: Pós-Rock, Rock Alternativo

Para quem gosta de: Explosions In The Sky e Mono

Ouça: Party in the Dark e Ak 47

7.8
7.8

Resenha: “Every Country’s Sun”, Mogwai

Ano: 2017

Selo: Rock Action / Temporary Residence Limited

Gênero: Pós-Rock, Rock Alternativo

Para quem gosta de: Explosions In The Sky e Mono

Ouça: Party in the Dark e Ak 47

/ Por: Cleber Facchi 06/09/2017

Mesmo com mais de duas décadas de carreira completas, os integrantes do Mogwai parecem longe de sufocar criativamente em uma possível zona de conforto. Prova disso está no recém-lançado Every Country’s Sun (2017, Rock Action / Temporary Residence Limited), nono álbum de estúdio do hoje quarteto escocês e a passagem direta para um novo capítulo dentro da discografia da banda, percepção reforçada logo na inaugural Coolverine.

São pouco mais de seis minutos de duração em que o quarteto formado por Stuart Braithwaite, Dominic Aitchison, Martin Bulloch e Barry Burns vai de encontro aos clássicos Mogwai Young Team (1997) e Rock Action (2001), porém, preservando os mesmos temas eletrônicos testados há três anos no referencial Rave Tapes (2014). Um som propositadamente mutável, vide a dobradinha formada logo em sequência pelo ritmo acelerado de Party In The Dark e pela ambientação suja da experimental Brain Sweet.

Em Crossing the Road Material, quarta e mais extensa faixa do disco, instantes de profunda leveza temperados por guitarras sujas, lembrando em alguns aspectos uma versão melódica do Sonic Youth. Nada que seja preservado na canção seguinte, a atmosférica Aka 47, composição que invade a mesma atmosfera matutina do Boards of Canada em Music Has the Right to Children (1998). Um som leve que antecede a grandiosidade escancarada na sexta faixa do disco, 20 Size.

De essência climática, doce, 1000 Foot Face nasce como uma passagem para o pós-rock produzido no início dos anos 2000. Vozes tratadas como instrumentos, como um complemento aos arranjos da canção. A mesma delicadeza acaba se refletindo na música seguinte do disco, Don’t Believe the Fife. Pouco mais de seis minutos que o quarteto flutua em meio a guitarras etéreas, lembrando os bons momentos da banda em The Hawk Is Howling (2008).

Com a chegada de Battered at a Scramble, nona faixa do disco, um regresso ao mesmo experimentalismo sujo que abre o disco. Guitarras carregadas de efeitos, lentamente ampliadas pela inserção de novos elementos, batidas e sobredoses de ruídos. Um aquecimento para a explosão instrumental que chega logo em sequência com a intensa Old Poisons, música que distancia o grupo escocês do próprio universo, tocando de leve o mesmo stoner rock de artistas como Queens Of The Stone Age.

Escolhida para o encerramento do disco, Every Country’s Sun não apenas garante título à obra, como sintetiza lírica e musicalmente parte expressiva do trabalho. Entre guitarras sujas, ambientações melódicas e versos tratados de forma instrumental, cada segundo dentro da canção funciona como um curioso resgate do material espalhado pelo restante do álbum, como um convite a revisitar grande parte da experiência iniciada em Coolverine.

 

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.