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Críticas

Broken Social Scene

: "Hug of Thunder"

Ano: 2017

Selo: Arts & Crafts

Gênero: Indie Rock, Rock Alternativo

Para quem gosta de: The New Pornographers e Arcade Fire

Ouça: Hug of Thunder e Skyline

8.3
8.3

Resenha: “Hug of Thunder”, Broken Social Scene

Ano: 2017

Selo: Arts & Crafts

Gênero: Indie Rock, Rock Alternativo

Para quem gosta de: The New Pornographers e Arcade Fire

Ouça: Hug of Thunder e Skyline

/ Por: Cleber Facchi 12/07/2017

Ouvir um novo disco do Broken Social Scene é como reencontrar um grande amigo da depois de anos separados: você sabe que a postura e as experiências dele agora são outras, mas a aproximação e a forte relação se dá com naturalidade, em uma única conversa. Uma curiosa sensação de apego, emoção e familiaridade, percepção reforçada durante a execução de Hug of Thunder (2017, Arts & Crafts), quinto e mais recente álbum de estúdio produzido pelo coletivo canadense.

Primeiro registro de inéditas da banda em um intervalo de sete anos, o sucessor de Lo-Fi for the Dividing Nights (2010), coletânea de sobras do excelente Forgiveness Rock Record, lançado no mesmo ano, traz de volta a mesma pluralidade de referências e temas instrumentais explorados pelo grupo desde o primeiro disco da carreira, Feel Good Lost (2001). Uma criativa colcha de retalhos que concentra as experiências individuais e propostas de cada integrante do projeto.

De essência colaborativa, Hug of Thunder funciona como um curioso ponto de passagem para que integrantes de diferentes fases do Broken Social Scene se encontrem dentro de estúdio. Além dos membros permanentes da banda – Kevin Drew, Brendan Canning, Charles Spearin, Justin Peroff e Andrew Whiteman –, o registro de 12 faixas e pouco mais de 50 minutos de duração se abre para a chegada de velhos colaboradores, caso da cantora Leslie Feist e outros ex-integrantes.

Enquanto Feist assume uma posição de destaque na faixa-título do álbum, lembrando em alguns aspectos a mesma atmosfera do recente Pleasure (2017), último disco em carreira solo da artista, nomes como Emily Haines (Metric) e demais representantes da formação original do disco surgem no interior da obra. O resultado está na construção de músicas ensolaradas e íntimas do rock produzido no começo dos anos 2000, caso da colorida Protest Song com suas melodias doces e vozes femininas.

Íntimo de tudo aquilo que o coletivo vem produzindo desde o começo da carreira, Hug Of Thunder passeia por entre diferentes gêneros e possibilidades sem necessariamente parecer preso a um tema específico. Instantes em que a banda se aproveita de melodias acústicas, caso de Skyline, guitarras rápidas em Halfway Home, mergulha em experimentos eletrônicos, vide a derradeira Mouth Guards of the Apocalypse, e prova de novas sonoridades, como em Stay Happy, resultando em uma obra dinâmica e coesa mesmo em suas diferenças.

Do esforço coletivo de cada colaborador, seja ele antigo ou recente, vem a força e completa inspiração para o trabalho mais diverso do Broken Social Scene desde o homônimo álbum de 2005. Versos que atravessam o cotidiano de cada integrante da banda, detalham histórias de amor, medos e temas políticos enquanto a rica massa instrumental do disco cresce de forma curiosa, como a passagem para um universo capaz de ser reproduzido apenas do coletivo canadense.

 

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.