Image
Críticas

Mura Masa

: "Mura Masa"

Ano: 2017

Selo: Universal / Polydor / Interscope

Gênero: Eletrônica, R&B, Pop

Para quem gosta de: NAO e Disclosure

Ouça: 1 Night e What If I Go?

8.1
8.1

Resenha: “Mura Masa”, Mura Masa

Ano: 2017

Selo: Universal / Polydor / Interscope

Gênero: Eletrônica, R&B, Pop

Para quem gosta de: NAO e Disclosure

Ouça: 1 Night e What If I Go?

/ Por: Cleber Facchi 20/07/2017

A colaboração sempre foi encarada como parte fundamental do trabalho produzido por Alex Crossan como Mura Masa. Em um intervalo de apenas três anos, o produtor britânico ultrapassou os limites do próprio quarto, onde começou a desenvolver as primeiras composições, para dialogar de maneira expressiva com a obra de diferentes representantes do pop atual. Um cuidado que se reflete no completo amadurecimento e leveza do primeiro trabalho de inéditas do jovem produtor.

Cruzamento entre ritmos, o autointitulado registro que passeia por elementos do R&B, soul, pop, trap, tropical house e Hip-Hop desenvolve de maneira concisa tudo aquilo que os conterrâneos do Disclosure buscaram alcançar no instável Caracal (2015). Um espaço aberto à colaboração, passagem desbloqueada para a chegada de diferentes representantes da música norte-americana e europeia, sem necessariamente fazer disso o princípio para uma obra confusa, desconexa.

Com uma linha traçada logo nos primeiros minutos do disco, em Messy Love, Mura Masa costura diferentes ritmos e elementos da música pop sem necessariamente perder a própria identidade. Parte desse resultado vem do permanente diálogo do artista com diferentes representantes do soul/R&B local. São nomes como a jovem voz da música negra, a cantora Bonzai, parceria do produtor em duas das melhores faixas do disco, What If I Go? e a crescente Nugetts.

Na já conhecida Firefly, oitava canção do disco, um reencontro com a parceira de longa data, a cantora NAO, colaboração originalmente lançada em 2015, mas que muito se aproxima do primeiro álbum de estúdio da artista, o ótimo For All We Know (2016). Quem também aparece no interior do disco é Charli XCX, parceira de Mura Masa desde o começo da carreira e colaboradora no pop pegajoso de 1 Night, música que sintetiza com naturalidade o lado pop do trabalho.

Conhecido pela boa relação com diferentes representantes do Hip-Hop, vide a recente parceria com Stormzy em First Things First, faixa de abertura do ótimo Gang Signs & Prayer (2017), Crossan faz do primeiro disco um espaço aberto à colaboração com diferentes representantes do gênero. São nomes como Desiigner, parceiro na acessível All Around the World, além do nova-iorquino A$AP Rocky, voz responsável pelas rimas em Lovesick, logo na abertura do trabalho.

Verdadeira vitrine criativa – tanto para Mura Masa como para os colaboradores que o acompanham –, o registro de 13 faixas segue como uma obra coesa até os últimos segundos. Basta voltar os ouvidos para a trinca final do disco, uma seleção de acertos que se aproxima da obra de Christine and the Queens (Second 2 None), A.K. Paul (Who Is It Gonna B) e Damon Albarn (Blu) sem necessariamente perverter a essência e composição autoral que orienta de forma segura o trabalho do produtor inglês.

 

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.