Image
Críticas

Tove Styrke

: "Sway"

Ano: 2018

Selo: RCA / Sony Music

Gênero: Pop

Para quem gosta de: Lorde, Camila Cabello e Charli XCX

Ouça: On The Low e Changed My Mind

7.5
7.5

Resenha: “Sway”, Tove Styrke

Ano: 2018

Selo: RCA / Sony Music

Gênero: Pop

Para quem gosta de: Lorde, Camila Cabello e Charli XCX

Ouça: On The Low e Changed My Mind

/ Por: Cleber Facchi 08/05/2018

Do pop frenético apresentado por Tove Styrke no homônimo debute de 2010, pouco parece ter sobrevivido. Em um lento processo de desconstrução criativa e busca por novas possibilidades, a cantora e compositora sueca passou os últimos oito anos se aventurando na construção de uma nova identidade artística. Transformação evidente durante a entrega do maduro Kiddo, em 2015, porém, reforçada nas canções do recém-lançado Sway (2018, RCA / Sony Music).

Misto de coletânea e registro de inéditas, o trabalho de apenas oito faixas reúne parte do material que vem sendo produzido pela artista desde o último álbum de estúdio. São composições como o pop-minimalista da já conhecida Say My Name, canção que parece dialogar com a obra de MØ, Lykke Li e demais representantes da música nórdica, porém, sempre preservando a força poética e sentimentos detalhados de maneira confessional pela cantora.

Pequenos clichês, variações e referências ao trabalho de outros artistas que se dobram de forma a favorecer a obra de Styrke. Exemplo disso está na estrutura melódica de Changed My Mind. Trata-se de uma clara adaptação do mesmo som tropical que invade o trabalho de artistas como Diplo e Camila Cabello. Um colaboração precisa entre a cantora e Elof Loelv, responsável pela produção do álbum e, principalmente, por valorizar cada fragmento poético lançado por Styrke.

Talvez eu tenha passado noites demais com você / E eu nunca deveria estar entrelaçada com você / Mas o que diabos eu devo fazer? / Talvez devêssemos deixar como está / Mas eu vou acabar tão infeliz / Eu não posso desligá-lo“, canta em On The Low, um fino retrato da poesia intimista que se espalha por entre as brechas da obra. Instantes em que os sentimentos de Styrke esbarram em meio a batidas econômicas de um pop torto, lembrando Lorde em Melodrama (2017).

Para além da mera citação, a semelhança com o trabalho da cantora neo-zelandesa ecoa durante toda a execução de Sway. Da batida seca e breve silenciamento que pontua a faixa de abertura do disco, passando pela projeção eletrônica e sintetizadores climáticos em Mistakes, nítido é o esforço da artista sueca em dialogar com a curta discografia de Lorde. Não por acaso, Styrke decidiu aproveitar a já conhecida versão para Liability como música de encerramento do álbum.

Obra de ideias, Sway soa muito mais como um esboço criativo de Styrke e Loelv do que um trabalho completo em si. Das oito faixas que recheiam o disco, pelo menos metade delas já são velhas conhecidas do público, isso sem mencionar a citada adaptação de Lorde. Uma parcial ausência de ineditismo, mas que em nenhum momento prejudica a coerência do registro, maior e mais significativo do que qualquer outro álbum de estúdio entregue pela cantora.

 

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.