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Críticas

Passion Pit

: "Tremendous Sea of Love"

Ano: 2017

Selo: Independente

Gênero: Synthpop, Indie Pop

Para quem gosta de: Discovery e Phoenix

Ouça: Hey K e Somewhere Up There

7.7
7.7

Resenha: “Tremendous Sea of Love”, Passion Pit

Ano: 2017

Selo: Independente

Gênero: Synthpop, Indie Pop

Para quem gosta de: Discovery e Phoenix

Ouça: Hey K e Somewhere Up There

/ Por: Cleber Facchi 10/07/2017

No início deste ano, Michael Angelakos, vocalista e líder do Passion Pit, deu vida a uma plataforma intitulada The Wishart Group. Trata-se de uma organização não governamental que presta auxílio educacional, jurídico e até tratamento de saúde a jovens músicos da cena norte-americana. Com um fundo doados por diferentes nomes do cenário musical, o coletivo visa proteger e estimular trabalhos independentes para que os artistas tenham mais chances de sobreviver no mercado.

Para a divulgação do projeto e captação de novos recursos, Angelakos decidiu presentear o público com uma série de composições inéditas. Publicadas no Youtube, porém, derrubadas posteriormente pelo próprio artista, as canções ganharam uma versão para download a partir de um post sobre o incentivo ao investimento em pesquisas científicas. Um pequeno a acervo marcado pela mesma imagem de capa – uma mulher de vestido branco no meio do mar –, e o título Tremendous Sea of Love.

Quarto álbum de estúdio da banda original de Cambridge, Massachusetts, o trabalho de apenas dez faixas e pouco mais de 30 minutos de duração nasce como um precioso resumo da curta discografia da banda. Composições que passeiam pelo mesmo synthpop dançante que marca o inaugural Manners (2009), cresce na mistura com o R&B e Gossamer (2012) e se entrega ao som confessional de Kindred (2015), trabalho que continua a dividir público e críticos do grupo estadunidense.

Tremendous Sea of Love, como tudo aquilo que o Passion Pit vem produzindo desde a construção do primeiro EP, Chunk of Change (2008), encanta o público pelos momentos. Instante em que a poesia sentimental de Angelakos toca a música pop (Somewhere Up There), melodias eletrônicas que convidam o ouvinte a dançar (I’m Perfect), ou mesmos doses concentradas de puro experimentalismo que se misturam ao som essencialmente acessível da banda (Inner Dialogue).

Muito além da simples reciclagem de velhos conceitos, o trabalho encanta pela forma como Angelakos continua a se reinventar dentro de estúdio. É o caso de You Have The Right, música que aponta para o pop dos anos 1950/1960 sem necessariamente perder o brilho dos últimos discos da banda. Um cuidado que se repete na madura composição de de The Undertow, música que flerta com o R&B/soul dos anos 1990 de forma curiosa, lembrando em alguns aspectos o som produzido em Gossamer.

De essência particular, como tudo aquilo que Angelakos vem produzindo desde o começo da carreira com a banda, Tremendous Sea of Love encanta pela força dos sentimentos e profundo refinamento na composição dos arranjos e versos. Um ato isolado, como uma curva leve dentro da discografia do Passion Pit, porém, um registro ainda expressivo, íntimo da mesma colisão de sons e fórmulas instrumentais que cresce desde o território desbravado em músicas como Sleepyhead e The Reeling.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.