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Ano: 2017

Selo: Matador

Gênero: Rock Alternativo, Stoner Rock

Para quem gosta de: Eagles of Death Metal e Foo Fighters

Ouça: The Way You Used To Do e

7.3
7.3

Resenha: “Villains”, Queens Of The Stone Age

Ano: 2017

Selo: Matador

Gênero: Rock Alternativo, Stoner Rock

Para quem gosta de: Eagles of Death Metal e Foo Fighters

Ouça: The Way You Used To Do e

/ Por: Cleber Facchi 29/08/2017

A busca por um som dançante e acessível sempre foi encarada como parte fundamental do trabalho produzido por Josh Homme no Queens Of The Stone Age. Basta voltar os ouvidos para o “rock robótico” que o grupo norte-americano vem explorando desde o início dos anos 2000. Uma fusão entre a música psicodélica criada no início dos anos 1970 e todo um universo de experimentações eletrônicas, ponto de partida para a construção de álbuns como Rated R (2000) e o urgente Songs for the Deaf (2002), obra-prima da banda californiana.

Sétimo e mais recente álbum de inéditas do grupo original de Palm Desert, Villains (2017, Matador) não apenas se aproveita de todo esse conjunto de experiências musicais incorporadas pelo QOTSA ao longo da carreira, como as amplia consideravelmente. Prova disso está na escalação do britânico Mark Ronson (Amy Winehouse, Bruno Mars) como produtor responsável pelo disco. O declarado esforço de Homme em transformar cada composição ao longo do registro em um hit pegajoso, capaz de arrastar o ouvinte para as pistas de dança.

Enérgico, como tudo aquilo que Homme vem produzindo desde o homônimo álbum de estreia da banda, lançado em 1998, o sucessor do melódico …Like Clockwork (2013) sustenta nas guitarras e sintetizadores de Feet Don’t Fail Me um indicativo do material produzido para o restante da obra. Um som pop, crescente, por vezes íntimo da boa fase de David Bowie em trabalhos de essência também dançante como Lodger (1979), Scary Monsters (And Super Creeps) (1980) e Let’s Dance (1983). Vozes, batidas e guitarras rápidas que ganham maior destaque na explosiva The Way You Used To Do.

Segunda composição do disco, a faixa montada a partir de pequenos atos instrumentais talvez seja o principal registro da interferência de Ronson no decorrer da obra, efeito do som pegajoso que orienta guitarras e versos. Interessante perceber na canção seguinte, Domesticated Animals, um breve distanciamento desse material. Enquanto preserva a essência de Bowie, Homme sustenta na força das guitarras a mesma crueza de obras como Lullabies to Paralyze (2005) e Era Vulgaris (2007), conceito reforçado na música seguinte, Fortress, um pop-rock clássico, lento, por vezes próximo de uma balada.

Na dobradinha formada por Head Like a Haunted House e Un-Reborn Again, um exemplo do som versátil que caracteriza a obra do QOTSA. Instantes em que Homme vai do punk cru dos anos 1970 ao uso de arranjos orquestrais que se conectam diretamente ao stoner rock explorado pela banda há mais de duas décadas. Surgem ainda músicas como a inofensiva Hideaway, faixa que lembra o trabalho de Ronson com o Kaiser Chiefs em Off with Their Heads, de 2008. Um respiro breve que antecede a força criativa de The Evil Has Landed, um soul-rock crescente que esbarra na obra do Led Zeppelin de forma autoral, íntima do grupo californiano.

Para o encerramento do disco, Homme e os parceiros de banda — Troy Van Leeuwen (guitarras), Dean Fertita (teclados, guitarras), Michael Shuman (baixo, voz) e Jon Theodore (bateria) —, desaceleram sutilmente, encaixando doses controladas de ruídos, riffs psicodélicos e sintetizadores durante toda a execução de Villains of Circumstance. Pouco mais de seis minutos em que o grupo californiano rompe conceitualmente com a temática dançante que abastece a obra, transformando a derradeira criação em uma espécie de regresso criativo aos primeiros discos do QOTSA.

 

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.