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Críticas

The New Pornographers

: "Whiteout Conditions"

Ano: 2017

Selo: Concord

Gênero: Indie Rock, Power Pop

Para quem gosta de: Spoon, Broken Social Scene

Ouça: High Ticket Attractions, Whiteout Conditions

7.5
7.5

Resenha: “Whiteout Conditions”, The New Pornographers

Ano: 2017

Selo: Concord

Gênero: Indie Rock, Power Pop

Para quem gosta de: Spoon, Broken Social Scene

Ouça: High Ticket Attractions, Whiteout Conditions

/ Por: Cleber Facchi 14/04/2017

 

Com duas décadas de carreira completas, não seria estranho ver os integrantes do coletivo canadense The New Pornographers tropeçando em uma obra menor. Em constante produção desde 1997, quando formado, o grupo, hoje composto por Kathryn Calder, Neko Case, John Collins, Todd Fancey, Carl Newman, Joe Seiders e Blaine Thurier mantém firme a boa forma, fazendo do sétimo álbum de estúdio, o recém-lançado Whiteout Conditions (2017, Concord), uma verdadeira coleção de acertos e músicas que grudam na cabeça logo nos minutos iniciais.

Primeiro registro de inéditas da banda sem a presença do baterista Kurt Dahle e do vocalista Dan Bejar, também integrante do Destroyer, o sucessor do radiante Brill Bruisers, de 2014, mostra o esforço do canadense na construção de pequenos experimentos. Uma atmosfera eletrônica que cresce de forma explícita nos sintetizadores de Blaine Thurier e se espalha entre as brechas da trabalho. Tímidas rupturas e a busca declarada por novas possibilidades dentro de estúdio.

Inaugurado pelas batidas secas de Play Money, Whiteout Conditions vai tomando fôlego aos poucos. Um espaço dominado pelas guitarras de Todd Fancey e completo pelo permanente dueto de Carl Newman e a parceira Neko Case. Pequenas descobertas que alcançam melhores resultados na composição da enérgica faixa-título do disco, um power-pop levemente dançante, como uma canção resgatada de algum álbum do grupo The Replacements na segunda metade dos anos 1980.

Terceira faixa do disco, High Ticket Attractions talvez seja a composição que mais se aproxima da boa fase do grupo em clássicos como Mass Romantic (2000) e Electric Version (2003). Uma explosão de guitarras, vozes e boas melodias. Da abertura ao fechamento da canção, um som enérgico, pop, também reforçado nos arranjos e sintetizadores de This Is the World of the Theater, música guiada pela voz marcante de Case, personagem de destaque também na composição de Darling Shade, música inaugurada pelo uso de programações eletrônicas.

Em Second Sleep, sexta faixa do disco, um perfeito exemplo de como as harmonias de vozes abastecem o trabalho. Um som nostálgico, por vezes íntimo de clássicos como Pet Sounds (1966) do grupo norte-americano The Beach Boys. Um som doce, posteriormente replicado em Colosseums, faixa que antecede o canto melódico de We’ve Been Here Before, uma coleção de vozes, guitarras e sintetizadores que dialoga com o mesmo soft rock produzido pelo Fleetwood Mac em Tango in the Night (1987).

A partir de Juke, nona canção do álbum, os sintetizadores e temas eletrônicos de Thurier ganham ainda mais destaque, distanciando o grupo de uma possível zona de conforto. Arranjos e versos que se completam, Um cuidado que se repete ainda nas duas últimas faixas do disco, Clockwise e Avalanche Alley, composições ancoradas no mesmo som despretensioso, porém, detalhista que abre o disco, fazendo de Whiteout Conditions uma obra cíclica.

 

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.