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Críticas

Yumi Zouma

: "Willowbank"

Ano: 2017

Selo: Cascine

Gênero: Indie Pop, Dream Pop

Para quem gosta de: TOPS e Postiljonen

Ouça: December e Half Hour

7.5
7.5

Resenha: “Willowbank”, Yumi Zouma

Ano: 2017

Selo: Cascine

Gênero: Indie Pop, Dream Pop

Para quem gosta de: TOPS e Postiljonen

Ouça: December e Half Hour

/ Por: Cleber Facchi 13/10/2017

O Yumi Zouma é um desses raros projetos que quanto maior a produção, melhor o resultado alcançado pela banda. Em um intervalo de apenas três anos, o grupo neo-zelandês deu vida a dois ótimos EPS – EP I (2014) e EP II (2015) –, colaborou com uma de suas maiores inspirações no single It Feels Good To Be Around You, o duo Air France, deu vida ao primeiro álbum de estúdio, Yoncalla (2016), e ainda decidiu regravar todas as canções do clássico (What’s The Story) Morning Glory? (1995), do Oasis.

Sem tempo para descanso, o quarteto formado por Christie Simpson, Sam Perry, Charlie Ryder e Josh Burgess entrega ao público mais um novo álbum repleto de canções inéditas. Intitulado Willowbank (2017, Cascine), o registro de 12 faixas traz de volta o que há de mais interessante na curta discografia da banda: o uso de boas melodias. Composições que se espalham vagarosas, sem pressa, detalhando cada elemento do disco com extrema delicadeza, como se o grupo soubesse como explorar ao máximo o próprio trabalho.

Abrangente quando próximo do registro que o antecede, Willowbank passeia por diferentes décadas e experiências musicais de forma sempre curiosa. Um bom exemplo disso está na delicada Persephone. Em um intervalo de poucos minutos, a canção de versos contidos mergulha na música disco nos anos 1970, prova do trabalho produzido por veteranos como The Smiths e chega até a década de 1990 em um curioso diálogo com a obra de nomes como Belle and Sebastian e Camera Obscura.

Terceira faixa do disco, December joga com as mesma pluralidade de experiências. Vozes sobrepostas, sintetizadores cuidadosamente encaixados, guitarras marcadas pelas texturas, metais e uma letra que parece pensada para grudar na cabeça do ouvinte. Uma criativa explosão de ideias que passa pela obra de coletivos como Los Campesinos! e I’m From Barcelona, porém, preservando a identidade do quarteto neo-zelandês, ponto de partida para músicas como a dançante/nostálgica Us, Together.

Assim como o material que vem sendo produzido desde a estreia da banda, Willowbank se abre para a inserção de faixas marcadas pela completa sutileza dos arranjos e vozes. É o caso da hipnótica Half Hour, música que se espalha em pequenas doses, lembrando o trabalho de Feist nos primeiros anos em carreira solo. Surgem ainda registros como a acústica Gabriel ou mesmo a econômica In Blue, composições de essência econômica, porém, necessárias para valorizar (ainda mais) a voz Simpson.

Mesmo ancorado em uma doce zona de conforto, curioso perceber como Willowbank segue atrativo para o ouvinte até o último segundo. Sem necessariamente tropeçar em prováveis redundâncias, cada fragmento do registro chega até o público como um hit em potencial – vide faixas como Dephts (Pt. I), Other People e toda a sequência de músicas acima citadas. Um bem-servido cardápio de ideias, melodias e sensações, como se os integrantes do Yumi Zouma seguissem exatamente de onde pararam durante a produção de Yoncalla.

 

 

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.