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Críticas

Alvvays

: "Antisocialites"

Ano: 2017

Selo: Polyvinyl / Transgressive

Gênero: Indie Rock, Rock Alternativo

Para quem gosta de: Best Coast e Mac DeMarco

Ouça: In Undertow e Dreams Tonite

7.8
7.8

Resenha: “Antisocialites”, Alvvays

Ano: 2017

Selo: Polyvinyl / Transgressive

Gênero: Indie Rock, Rock Alternativo

Para quem gosta de: Best Coast e Mac DeMarco

Ouça: In Undertow e Dreams Tonite

/ Por: Cleber Facchi 12/09/2017

De todos os artistas que debutaram em 2014, o autointitulado álbum de estreia do Alvvays continua como um dos mais relevantes. Dotado de um raro frescor e produzido de forma artesanal, em meio a gravações dentro de estúdios caseiros da própria banda, o trabalho de apenas nove faixas sustenta na poesia romântica, sonhos e desilusões amorosas de Molly Rankin o principal componente para a formação dos versos, conceito que volta a se repetir nas canções do segundo e mais novo disco da banda, Antisocialites (2017, Polyvinyl / Transgressive).

Inaugurado pelos sintetizadores, guitarras melódicas e versos que discutem a instável relação de um casal (“O que resta para você e para mim, você responde minha pergunta metaforicamente“), o rock empoeirado de In Undertow mostra que o quinteto canadense continua a dialogar com o passado. Pouco mais de três minutos em que a ambientação Lo-Fi dos anos 1990 toma conta da obra, apontando a direção seguida em Dreams Tonite e a nostálgica Plimsoll Punks.

Interessante perceber na curtinha Your Time, quarta faixa do disco, uma rápida passagem pelo final da década de 1980, lembrando em alguns aspectos o som produzido pelo The Replacements. Guitarras, batidas e vozes que desaceleram para a chegada da climática Not My Baby. Em meio a ecos dos anos 1960, Rankin e os parceiros de banda, Kerri MacLellan, Alec O’Hanley, Brian Murphy e Sheridan Riley, replicam o mesmo romantismo de grupos como The Beach Boys, fazendo da canção um pop-rock jovial, apaixonado e sofredor.

Faixa que mais se distancia de todo esse conceito nostálgico, Hey, sexta música do disco, encontra no uso de guitarras carregadas de efeito e vozes limpas uma breve ruptura. O mesmo som melódico e radiante que orienta o trabalho da banda, porém, em uma nova estrutura. Uma curva breve que antecede o rock cru de Lollipop (Ode to Jim), composição que parece resgatada de alguma antiga fita cassete. O mesmo conceito ruidoso, porém, explorado com sutileza na faixa seguinte do álbum, a também entristecida Already Gone.

Com Saved By A Waif e Forget About Life como faixas de encerramento do trabalho, Rankin vai da leveza ao mais completo caos em poucos minutos. Duas composições que abrem em meio a vozes arrastadas, melancólicas, conquistando território e ganhando força lentamente, efeito das guitarras e sintetizadores que crescem no interior de cada faixa. Instantes que ampliam musicalmente grande parte da atmosfera e versos intimistas que orientam a direção seguida pelo Alvvays desde o primeiro álbum de estúdio.

 

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.