TOP #20 BRASIL 2010 (10-06)

/ Por: Cleber Facchi 20/12/2010

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#10. A Banda de Joseph Tourton – A Banda de Joseph Tourton

Em se tratando de grupos instrumentais o primeiro vislumbre é de uma banda tocando para um público sentado e passional. Ao ouvir o trabalho de estreia d’A Banda de Joseph Tourton o sentimento é completamente outro. Seja pela vontade de pular nas canções mais explosivas do disco (Lembra o que?, 100 metros e Aquaplanagem) ou por se deixar levar pelas músicas mais leves como a faixa de abertura 16 minutos. É definitivamente um disco feito para se ouvir em pé inventando letras imaginárias para as canções instrumentais.

O grupo produz canções que se encaixariam em qualquer álbum de bandas relevantes do rock instrumental como Mogwai ou Tortoise além de agregar elementos da música nordestina, dando ao post-rock produzido pela banda uma nova roupagem e um aspecto muito mais regional e atrativo. Em geral, as canções começam tranquilas e passam a crescer no decorrer de sua execução, faixas como 100 metros são o melhor exemplo disso, iniciando numa leva de guitarras, bateria e trompete até chegar a uma finalização apoteótica. (Resenha)

Post-Rock/Experimental/Alternative Rock
http://www.myspace.com/josephtourton
Ouça: 100 metros

#09. Sabonetes – Sabonetes

Pop, não há melhor definição para o disco de estreia dos curitibanos do Sabonetes. São 11 canções embaladas por guitarras indie rock no melhor espírito Franz Ferdinand, Bloc Party e The Killers. Contudo, antes de qualquer referência é um álbum comercial, melódico, repleto de faixas pegajosas e que caberiam facilmente na programação de qualquer rádio popular. Os Sabonetes sabem tratar de sentimentos universais com facilidade transitando entre o público alternativo e popular com experiência de uma banda antiga.

As faixas Descontrolada, Quando ela tira o vestido e Hora de Partir já eram conhecidas do público em vista de seu lançamento no Descontrolada EP, lançado em 2008, onde a banda mostrava uma evolução em relação às canções lançadas anteriormente em sua página no MySpace. O álbum segue embalado por canções em ritmo animado, embora boa parte das letras venha carregada de melancolismo. O grupo consegue gerar um disco comercial muito acima do que é tocado na música pop brasileira, a única questão é: como eles ainda não estouraram?

Indie Rock/Alternative/Indie
http://www.myspace.com/sabonetes
Ouça: Quando ela tira o vestido

#08. Superguidis – Superguidis

Quando os Superguidis lançaram seu segundo disco de estúdio em 2008, muita gente reclamou do amadurecimento excessivamente rápido do grupo. As faixas engraçadinhas do álbum de estreia deram lugar a uma musicalidade séria focada em guitarras distorcidas e em uma instrumentação inspirada no rock alternativo dos anos 90. O homônimo terceiro disco dos gaúchos – ou como a banda prefere chamar: o disco dos três triângulos – vem tomado pelas guitarras possantes que se intensificaram no trabalho anterior, contudo muito mais melódicas e acessíveis.

Não se deixe enganar por Roger Waters, a faixa que abre o disco. Os pianos, o arranjo de cordas e instrumentação acústica servem apenas como introdução para a barulheira que vem a seguir. Superguidis vem repleto de canções distorcidas, riffs sujos de guitarra, além da poesia de Andrio Maquenzi como fica visível nas belíssimas Não fosse o bom humor, Visão além do alcance, As camisetas e Casablanca. O terceiro disco dos gaúchos vem apenas para comprovar que eles estão no rumo certo, maduros demais ou não, a banda sabe fazer um disco de rock como poucos.

Alternative Rock/Indie/Rock
http://www.myspace.com/superguidis
Ouça: As Camisetas

#07. Apanhador Só – Apanhador Só

Quase quatro anos se passaram desde que o grupo carioca Los Hermanos entrou em “hiato por tempo indeterminado”, gostem ou não da banda é inegável a quantidade de grupos que ainda hoje surgem inspirados pela sonoridade de Amarante, Camelo, Barba e Medina. Os gaúchos do Apanhador Só são apenas uma amostra da influência do quarteto carioca, porém limitá-los a somente isso é um erro. Em seu primeiro trabalho de estúdio o também quarteto se mune de letras criativas e instrumentação elaborada para gerar um trabalho primoroso.

O Rei, o Zé, Maria Augusta, Jesus, o pedreiro e o Coveiro, todo mundo se encontra nas canções do grupo. A instrumentação básica formada por duas guitarras, um baixo e uma bateria aos poucos vão agregando novos elementos. Sejam eles um conjunto de instrumentos de sopro ou delicados ruídos, logo a sonoridade simples da banda vai ganhando novos contornos, nos atraindo pelos seus detalhes. As canções prendem à primeira audição, lentamente obrigando o ouvinte a cantar em coro faixas como Prédio, Maria Augusta, Bem-me-leve e a empolgante Vila do Meio-dia.

Indie/Alternative/Indie Pop
http://www.myspace.com/apanhador
Ouça: Vila do Meio-Dia

#06. Garotas Suecas – Escaldante Banda

Queridinhos da crítica nacional e contando até com o reconhecimento do público estrangeiro (a banda já fez uma série de shows pelos Estados Unidos e lança o disco por um selo estrangeiro)  o Garotas Suecas só reforça a que veio com seu divertido álbum de estreia Escaldante Banda.

O disco de dez faixas passeia pelo período da Jovem Guarda, invocando os medalhões Roberto e Erasmo Carlos, Vanderléa e Ronnie Von. É possível perceber alguns toques de Soul Music no melhor estilo Tim Maia como nas faixas Ninguém Mandou ou Tudo Bem. Os teclados explorando a sonoridade surf music e os vocais melódicos remetem muito a Beach Boys. Mas acima de tudo, o batuque e a gingada só reforçam a temática brasileira explorada pelo grupo (talvez o motivo de chamar tanto a atenção dos gringos).

Diferente da invasão de bandas que anualmente surgem se dizendo inspirados pela Jovem Guarda e o rock brasileiro dos anos 60 e 70, o Garotas Suecas sabe explorar com maestria tal sonoridade em suas músicas. As letras divertidas remetem a declarações de amor como na faixa Ela (Ela me pediu para lhe dizer o quanto eu gosto dela/ E daquela dor que causa a solidão), términos de relacionamento em Banho de Bucha (Foi banho de bucha pra te enxaguar/Foi Banho de Bucha pra te deixar pra lá) ou desabafos (Pensei ter visto você usando uma coroa/ Mas deixa eu te contar: você não é tudo isso meu bem). (Resenha)

Garage Rock/Funk/Alternative
http://www.myspace.com/garotassuecas
Ouça: Ela

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.